FAZENDA CACHOEIRA GRANDE
Vassouras - RJ #fazendaantiga19

1820
Essa autêntica fazenda do ciclo do café, data de 1820 e pertenceu ao Barão de Vassouras. Uma das mais charmosas fazendas do Vale do Café, a Fazenda Cachoeira Grande pertenceu a um filho ilustre de Vassouras: Francisco José Teixeira Leite, o barão que levava no título nobiliárquico, o nome de sua terra. Um desbravador do Vale do Café, que veio para a região em 1820 com 16 anos na companhia de seu tio, Custódio Ferreira Leite (que um dia viria a ser o Barão de Ayuruoca), para trabalhar na construção da Estrada da Polícia. A Cachoeira Grande atravessou o tempo, passou por diversas fases e alguns proprietários e depois de completamente abandonada já em ruínas foi praticamente reconstruída, mantendo hoje o mesmo charme, beleza e suntuosidade do passado. A fazenda não era a maior fazenda da região, possuindo apenas 1.125 hectares, mas foi o princípio da fortuna do futuro Barão de Vassouras. Francisco reformou a velha casa, dando-lhe o formato de um “T”, talvez, uma alusão ao seu famoso sobrenome abrâmico português.

Em 1850, quando enviuvou de D. Maria, possuía em sua fazenda 250.000 cafeeiros, entre bons e maus, mantidos por 147 escravos e 15 crianças. Um ano depois, Francisco contraiu segundas núpcias com D. Ana Teixeira, uma bonita “barramansense” trinta anos mais nova. Francisco substituiu o café da fazenda pelo beneficiamento de alimentos, então muito caros em Vassouras, ficando famoso o “Arroz de Cachoeira”, aproveitando a cachoeira que batizava a propriedade.

Por seus méritos, foi elevado por D. Pedro II em 1871 à condição de Barão de Vassouras. Teve o Barão onze filhos com D. Ana, a qual logo adoeceu e passou a sofrer das faculdades mentais, falecendo prematuramente com 46 anos em 1880.

O Barão morreria em maio de 1884, às vésperas de completar oitenta anos. Outra filha, Maria Teixeira, herdou a Fazenda Cachoeira Grande e nela recepcionou com grande jantar a 18 de setembro de 1884 a Princesa Isabel e o Conde D `Eu, ambos de passagem por Vassouras. D. Maria Esméria transformou a fazenda em importante centro produtor de cachaça atividade que sobreviveu à abolição.

Ainda existem reminiscências da época da escravidão, existe a represa, o tanque de lavagem de café, o terreiro de secagem, as ruínas de uma fábrica de beneficiamento de arroz que data de 1882. Entrando na sede os detalhes de uma restauração primorosa feita em 4 anos de muito trabalho te encanta. Salões, lustres, mobiliário de época inclusive a sala onde jantou em 1884 Princesa Isabel e Conde D'Eu.

Atualmente, além das visitas, a fazenda oferece também hospedagem Um confortável chalé com duas suítes foi preparado para receber o hóspede que desejar ficar por ali. Como diferencial conta também com uma visita guiada ao museu de carros antigos e carruagens.

Contato: @paulo_victor_fa
Fonte: Jorge/Sara Barbosa 
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